Pré-IEM com Diego “Lunacy” Oliveira

Pré-IEM com Diego “Lunacy” Oliveira

Saiba quais as expectativas do atual campeão sul-americano e uma das equipes que representará o Brasil no DG São Paulo.

Seguindo com a nossa série de entrevistas com os jogadores das equipes que irão disputar o Desafio Global de São Paulo, o último qualificatório para a final mundial da oitava temporada da Intel Extreme Masters, trazemos hoje um bate-papo que tivemos com Diego "Lunacy" Oliveira, o treinador do CNB e-Sports Club.

Sem deixarmos as trivialidades de lado, peço que se apresente para a nossa comunidade falando um pouco sobre você e sua carreira gamer.

CNB Lunacy: Meu nome é Diego Oliveira, sou treinador da equipe do CNB e-Sports Club. Não tenho uma carreira longa. Sempre fui um jogador assíduo e acabei chegando ao LoL graças ao Dota. Comecei assistindo o competitivo do jogo em 2012, durante a MLG Anaheim, e desde então não parei. Na época que o o caster Bruno "LeonButcher" Pereira fez os videos do Wildcard mandei uma mensagem em sua pagina falando que podia ajudar, fiz a analise de dois times e logo após criei minha page. Depois disso fui chamado para a Ranked Gaming, onde fiquei até o momento que houve o interesse da CNB.

A função de treinador, que já é vista há um certo tempo lá fora, vem ganhando espaço em nosso cenário gradativamente. Porém, muitas pessoas ainda não sabem o que um treinador realmente faz. Você poderia falar como é a sua rotina nos treinos do CNB e o que a pessoa precisa fazer, e saber, para se tornar um treinador de alto nível?

CNB Lunacy: O conceito do treinador no LoL é basicamente o mesmo do dos outros esportes tradicionais Ele age como uma pessoa de fora que trabalha em cima dos jogadores. No caso do LoL é ajudando em vários aspectos: picks e bans, estratégias (comps), como tambem trabalhando o lado psicológico do time (melhorando comunicação, possiveis conflitos entre jogadores, etc). Eu basicamente faço isso na CNB, acompanho o treino dos jogadores e tento apontar os erros que eles cometem assim como melhorar a capacidade do time como um todo, fora dos horários de treinos estou sempre vendo vods ou discutindo com alguém algo sobre o jogo. Acho que para ser um treinador de alto nível é necessário ter um bom conhecimento do jogo, mas principalmente saber lidar com pessoas, já que creio esse ser o maior desafio do trabalho do coach.

O ano mal começou e já tivemos uma grande surpresa: a classificação da Seven Wars para o Desafio Global. Já era sabido que essa equipe vinha realizando bons treinos contra os times grandes, mas ninguém esperava ela ter sucesso logo em sua primeira prova de fogo. Você acha que nesse ano veremos as equipes de menor expressão derrubando a hegemonia das “gigantes”?

CNB Lunacy: A partir do momento o qual o cenário amador começa a se desenvolver não é nada surpreendente que novos times apareçam e tirem a hegemonia de “gigantes”. NA, EU, KR e China presenciaram isso e no Brasil ou em qualquer outra região não vai ser diferente. O jogo muda muito e o cenário muda junto.

Como eu sei que você é um amante do cenário asiático, você acha que se os grandes times ocidentais viajarem para a China ou Coréia do Sul, assim como o Na`Vi e a Alliance fizeram para se preparar para o The International, no Dota2, poderemos voltar a ver um time não asiático conquistando o título mundial? E você pretende trazer as ideias que são usadas lá para o CNB?

CNB Lunacy: A partir do momento que você pratica com times melhores eu acredito que seu nível suba, já que eventualmente você vai acompanhar o nível deles. É complicado dizer se somente esse “bootcamp” é o necessário pra isso, já que esse tempo para acompanhar o nivel de outros times pode ser maior que o disponnível.

Não acredito que trazer as coisas de lá cegamente realmente funciona, acho que voce pode extrair muita coisa boa desses cenários e tentar aplicar da melhor maneira dentro do seu time, de acordo com o estilo de jogo de cada um.

Dentro de alguns dias vocês estarão disputando a terceira edição do Desafio Global São Paulo. Novamente, teremos equipes estrangeiras disputando o torneio mas dessa vez não haverá disparidade técnica entre os participantes. Quais são as expecativas da equipe para o torneio e como está a preparação de vocês para o torneio?

CNB Lunacy: Nossas expectativas estão altas. Sabemos que temos um adversário díficil pela frente (dois na verdade, caso passemos pelo primeiro) mas estamos confiantesm treinando numa rotina bem intensa, discutindo e revendo tudo que podemos fazer para melhorarmos.   

Sobre os participantes, podemos dizer que estarão no torneio os atuais campeões brasileiro, argentino, sul-americano e latino-americano, além daquela que é a grande promessa de nosso cenário para o primeiro semestre e dois representantes da liga profissional do jogo. Como você e seus companheiros estão analisando os adversários e qual (ou quais) poderá (ão) atrapalhar o sonho do CNB de conquistar o torneio?

CNB Lunacy: Acredito que todas equipes são perigosas. Mas principalmente aquelas que não jogamos antes, será mais complicado já que não temos exatamente como medir o nivel contra elas. Por isso incluio nessa lista Lyon Gaming (time bem mais forte do que realmente foi no Wildcard), Dignitas e Millenium.

O primeiro desafio de vocês no Desafio Global será contra o Millenium, representante da liga profissional europeia. A equipe é formada pelo antigo Team ALTERNATE e não vem fazendo uma boa campanha na LCS. Como vocês estão se preparando para esse torneio? Vocês acham que o fato da [M] não estar indo bem na liga não conta nada para a IEM?

CNB Lunacy: Estamos vendo bastante replays deles dos ultimos jogos, além de eu estar pegando informações com alguns contatos que tenho lá fora sobre o time.

Todos players da Alternate são já experientes no cenário, no próprio split passado da LCS EU eles tiveram dificuldade quando o Creaton machucou a mão, mas logo voltaram a jogar bem. Acredito que esse tipo de situação não seja tão alarmante assim para mexer com a performance do time.

 

O principal sonho dos jogadores brasileiros é que a Riot crie uma liga prórpria para o nosso servidor. Mas isso não será feito até que o nosso cenário possua uma boa quantidade de organizações sérias, que possam manter suas equipes sem que elas sofram com diveras modificações. Você acha que já estamos preparados para esse desafio e que a liga será criada ainda esse ano? Ou crê 2014 será mais um ando de aprendizado para o competitivo brasileiro?

CNB Lunacy: Ainda temos algumas barreiras para que isso se concretize, sendo uma delas  o fator geográfico brasileiro, que por ser um país enorme acaba tendo alguns problemas de logística para a realização de uma liga offline aos moldes da LCS. Somado isso ao investimento pesado de gaming house, patrocínios ainda não ter chego a maioria dos times, acabamos não conseguindo centralizar tudo a ponto de criar uma LCS aqui. Creio eu que 2014 será outro ano de crescimento para o Brasil, onde finalmente o cenário vai desabrochar e nos profissionalizaremos para o próximo ano. 

E se a liga não vier esse ano, o que, na sua opinião, poderia ser feito, em termos de campeonato, para suprir a ausência dela?

CNB Lunacy: Uma liga online e uma quantidade boa de torneios offlines já seria algo gratificante.

Ainda falando sobre LCS, quando questionamos os jogadores latinos sobre a possibilidade da desenvolvedora criar uma liga contendo equipes brasileiras e latino-americanas, eles consideram esse projeto ótimo já que a competitividade seria grande e ajudaria bastante no crescimento de ambos os cenários. Você também gostaria que isso acontecesse ou acha que as ligas deveriam ser divididas?

CNB Lunacy: Não tenho nada contra uma liga sul-americana, mesmo os servidores estando separados. Novamente acho que essa ideia cai no problema de logística que citei, já que por dedução óbvia todos times deveriam se concentrar em São Paulo e não sei se os times sul-americanos se adaptariam realmente aqui, principalmente por não termos uma segunda lingua como acontece na Europa por exemplo. 

Para finalizarmos, deixo esse espaço reservado para você!

CNB Lunacy: Bom, primeiramente gostaria de agradecer a todos jogadores da CNB, assim como a admnistração do time, que me deram essa oportunidade maravilhosa de trabalhar numa equipe tão bem estruturada. Em segundo as pessoas que ajudaram a minha carreira de algum modo: LeonButcher, Toboco, Pumba e ao pessoal que sempre me deu uma força tremenda na minha fan-page e me acompanha por lá. E por último, e não menos importante, gostaria de agradecer a CM Storm, a HyperX e também a Phlips, empresas que patrocinam o CNB.

Top Laner   Whesley "Leko" Holler   STREAM
Jungler   Daniel "Danagorn" Drummond   STREAM
Mid Laner   Murilo "Takeshi" Alves   STREAM
AD Carrier   André "Manajj" Rocha   STREAM
Suporte   Leonardo "Alocs" Belo   STREAM
Reserva   Rodrigo "Draek" Oliveira   STREAM
Treinador   Diego "Lunacy" Oliveira   STREAM

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