Guerra Fria na CBLoL

Guerra Fria na CBLoL

Dirigentes não estão felizes com as novas políticas da CBLoL

Que a Riot Games é uma empresa bem sucedida, todos nós sabemos. A empresa que adora expor números de audiência e de faturamento todos os anos, pode estar com "grandes" problemas no Brasil. Fontes ligadas as organizações, procuraram a TEAMPLAY durante a última semana para expor alguns pensamentos que estão incomodando-os e adiantaram: "Do jeito que está, não vamos assinar os contratos e vamos jogar a CBLOL sem a exclusividade, podendo as organizações participarem de outros eventos durante o split!"

No último split, a Riot Games Brasil repassou aos times aproximadamente 40 mil reais para cada equipe e exigiram que os jogadores, os donos da festa, recebecessem 30 mil reais limpos. Ou seja, a organização recebe o dinheiro, desconta os impostos e tem que dar aos jogadores como forma de pagamento, 30 mil reais limpos (sem impostos descontados). O que sobra para organização? Algo aproximadamente de 4 a 5 mil reais.


A Final da CBLOL 2015 foi no Allianz Parque em São Paulo

"Com o dinheiro que sobra, nós não conseguimos pagar nem três meses de aluguel da nossa gaming house. Será que é tão rentável assim ter um time? Fora que alguns times ainda não receberam as premiações ou os royalties dos ícones. A Riot falou que em 2015, o repasse aos times seria baixo por que estavam investindo nos estúdios e que em 2016, tudo iria ser diferente. Legal tudo isso até que na última reunião, descobrimos que nada mudará e tudo continuará no mesmo valor de 2015 e a única coisa que será diferente é o estúdio, que eles estão reformando novamente. Mas uma coisa temos que ressaltar, o estúdio é de primeiro nível e a produtora que faz os serviços lá é uma das melhores do Brasil, Casa Blanca" segundo uma pessoa ligada a uma das equipes que preferiu ficar no anonimato por medo de represália.

Os times estão reivindicando um aumento substancial no dinheiro que cada equipe recebe, por que do jeito que está, segundo uma das pessoas que procuraram a TEAMPLAY, não tem como continuar. Essa mesma pessoa falou que os times do LATAM receberam 18 mil dólares por split na última temporada. Se comparar com o Brasil, é uma diferença de 30 mil reais, se for levar em consideração a conversão do dinheiro (U$ 18.000 x 3.90 = 70.200 reais).

"As equipes brasileiras que são as maiores organizações do hemisfério sul, recebem menos que as demais equipes da mesma região. Qual é a lógica disso? Por que somos tratados assim? A empresa prometeu apresentar patrocinadores para os times e fazer meeting com as organizações internacionais e sabe o que aconteceu? NADA!"

Outra preocupação dos times é que a premiação do próximo split que cairá drásticamente. Antes a premiação era de 150 mil reais e o primeiro split de 2016, será de apenas 45 mil reais. (Veja matéria sobre a redução da premiação). Pela primeira vez na história, eles (Riot) irão reduzir a premiação de um torneio.

Uma pessoa ligada a uma das equipes informou que agora com as novas regras, como por exemplo ser obrigado a ter jogadores reservas e um treinador, os gastos das organizações irão aumentar e não seria nada justo que o repasse que os times tem por direito por conta da exclusividade*, não aumentar também. Ele aproveitou para dizer, que a Riot obriga os times a ter uma gaming house e cumprir compromissos em São Paulo e todo mundo sabe que o custo de vida no Estado mais rico do país é altíssimo. "A Riot paga por três meses e obriga os times a manterem os jogadores por perto por pelo menos seis meses, já que algumas vezes eles tem que cumprir obrigações nos estúdios da empresa, como gravações extras de conteúdo e tudo mais que vocês vêem nos eventos ou pela internet. A Riot tentou multar times que não enviaram os jogadores para as gravações e a multa, seria superior ao que a empresa pagava aos times mensalmente. Qual o cabimento e por que tanta ameaça? A empresa custeia o táxi ou o meio de transporte do jogador para comparecer ao estúdio? NÃO!"


Estúdios da Riot Games em São Paulo

Pela audiência que a CBLoL consegue durante o ano, é difícil de entender por que a empresa não vende cotas de publicidade, como a LCS NA/EU tem com a Coca-Cola. Certamente se algo parecido tivesse no Brasil, os times poderiam ganhar muito mais e a Riot não precisaria mexer tanto no bolso. Outra coisa que os times estão revoltados é que não receberam nada pelo Torneio Pós Temporada, que foi realizado pela primeira vez esse ano e teve a INTZ como a grande campeã. 

Agora vem a pergunta: Como será a próxima temporada de League of Legends no Brasil? As organizações e a empresa irão se acertar? Lembrando que estamos disponíveis a Riot Games Brasil ou aos demais interessados, caso queiram responder ao público. Fique atento a TEAMPLAY para mais informações sobre esse caso.

Observações

* Os times que disputam a CBLOL, não podem disputar nenhum outro evento de League of Legends no Brasil durante o split