AD Carries do Brasil

AD Carries do Brasil

Temos bons AD Carries no Brasil?

O que aconteceu ou pode estar acontecendo com a posição no cenário brasileiro? Com a chegada dos sul-coreanos, a posição sofreu para revelar novos talentos ou tudo é uma questão de adaptação e escolhas por parte dos jogadores tupiniquins? Leia o texto e participe do debate, deixando seu comentário logo abaixo.

O PRIMEIRO BAQUE

Logo no início do ano, foi realizada a IEM no Brasil. A expectativa era enorme, pois no ano anterior a Keyd havia vencido um time sul-coreano na competição. No fim da edição de 2014, onde os três times brasileiros perderam para a equipe europeia Millenium, desfeita no final desse ano por causa de maus resultados, houve um período de mudanças nos times por conta dos maus resultados.

O AD Carry Felipe “brTT” Gonçalves saiu da paiN Gaming e foi para a nova Keyd Stars e começou uma “crise” de jogadores na posição no extime. A Kabum e-Sports vivia uma contradição entre Daniel “dans” Dias e Rodrigo “digolera” Haddad na posição, pois ambos queriam atuar nela, porém nenhum havia tido um resultado de alto mérito. A CNB e-Sports Club teve que trocar o experiente André “manajj” Rochapela promessa André “eSa” Pavezzi, porém esse foi banido por um ano por causa de elojob e o antigo AD Carry dos blummers voltou. Isso era só o início. Antes de começar a dialogar sobre o tema, uma pequena entrevista com o caster melão13

P: Por que você acha que nesse ano a posição de AD Carry foi onde os times mais se preocuparam em não trazer tantas apostas e contratar jogadores mais experientes?

R: Eu vejo o contrário: esse ano, a posição de atirador foi onde as equipes mais apostaram. A paiN contratou Manolin e depois Own, nomes novos. A KaBuM apostou no Minerva e levaram o título da Final Regional. Agora vemos a Jayob apostando no Theusma e a KaBuM Black apostando no Matsukaze.

P: Desculpe, acho que me expressei mal. Na primeira pergunta, falei mais em relação a paiN, por exemplo, que apostou, apostou, mas só achou a solução em um sul-coreano e na CNB, que mesmo sendo conhecida por apostar bastante decidiu ficar com os mais experientes na role.                                                                                       

R: O time que ganhou o título mais importante do ano foi o time que apostou num atirador.

P: Você acha que pra 2015 essa "crise" de ADCs vai permanecer ou os times souberam encontrar uma boa solução depois de um ano tão conturbado?

R: Eu vejo uma cultura do Brasil em valorizar muito as jogadas individuais, a "mecânica", e na posição de atirador é onde isso mais se destaca. Então, a tendência é formarmos bons atiradores, que é o que eu vejo acontecendo. Temos ótimos jogadores na posição e a maioria das revelação estão surgindo por aí.


“O time que ganhou o título mais importante do ano foi o time que apostou num atirador.” – Gustavo “Melão13” Ruzza 


APELAÇÃO NÍVEL FIORA

Ainda com o problema na bot lane, que se mostrou muito inconstante durante o ano, a Kabum e-Sports contratou Gustavo “minerva” Alves para ser suporte. De acordo com relatos da própria equipe, o jogador pediu para treinar um jogo como AD Carry durante a preparação do time para o CBLoL. Com a permissão do coach Pedro “ziriguidun” Vilarinho, o então suporte se mostrou um ADC muito habilidoso, ajudando a equipe a contornar o problema não só na posição, mas também na rota.


De suporte para ADC - Minerva ajudou seu time a conquistar o principal torneio em 2014

A contratação de minerva seria uma demonstração do momento difícil em que o Brasil pedia mais AD Carries, ou uma força do acaso assustadora? Seja qual for a resposta, uma coisa é fato: ele encantou a todos com a sua habilidade e forçou bans na Jinx em times dos mais diversos servers.

PROMESSAS TAMBÉM DÃO CERTO

Embora os times estivessem optando pelos experientes brasileiros ou pelos habilidosos sul-coreanos, alguns não tem todo esse cacife. O Team United, hoje INTZ, tem como AD Carry Micael “micaO” Rodrigues. Antes tratado como aposta, é agora mais do que um fato e vem desempenhando um papel necessário para que o time ganhe alguns campeonatos, ou ao menos tenha bons desempenhos.


micaO - Foto por: Riot Games

Durante muito tempo foi tratado como promessa e em um tempo de escassez na posição, os diretores resolveram mantê-lo e foram lapidando a jóia que tinham em mãos. O exemplo dado por ele pode ser atualmente uma grande inspiração. Meninos que carregam trilham seus caminhos como carregadores e pensam que não há chance para eles percebem que não é

FALTA DE PROMESSAS OU DE VONTADE?

Percebeu-se durante o ano que os grandes times procuraram não apostar em promessas na área aqui falada. Coreanos ou experientes foram a saída que encontraram. Até mesmo a CNB e-Sports Club, ao saber do aposento do seu jogador, “promoveu” o então coach Rodrigo “Kalec” Rodrigues à posição. Ele é muito conhecido por ser main AD Carry e jogar LoL desde a season 1. Mesmo com o intuito de trazer novos talentos, o time dos blummers optou por não chamar um novo ADC.

Outro time que sofreu muito tentando trazer revelações foi a paiN Gaming, que chegou a ter 4 ADCs em 2014. Depois da saída de Felipe “brTT” Gonçalves, a equipe chegou a chamar o mito André “ManolinGuilder” Gomes, muito conhecido no cenário, e Marcelo “owN” Shiwa e ainda em julho trocou pela última vez, colocando o sul-coreano Han “Lactea” Gi-hyeon para conseguir solucionar o problema.

Entretanto, é notável que os novos talentos já citados jogam muito bem e mostram que valem a aposta feita neles. Não só fazem isso como dão esperanças aos torcedores que querem ver um cenário brasileiro com mais brasileiros. Tomara que os jogadores continuem nos surpreendendo, e que venham mais talentos.

Sem querer correr riscos a Keyd Stars teve um 2014 repleto de medidas eficientes e de curto prazo. Sem querer trazer pessoas para o competitivo, foi pegando tanto brasileiros experientes quanto sul-coreanos para todas as roles. No caso dos AD Carries, fez ambos. Após sair da paiN Gaming, Felipe “brTT” Gonçalves foi para o novo time de estrelas dos e-Sports. Ao final do ano, decidiu sair e a solução encontrada pelo time, mesmo com uma estrutura e um espaço de tempo enorme para se trabalhar promessas, foi contratar o famoso sul-coreano Kim "Emperor" Jin-hyun. Os motivos dessa opção são desconhecidos.

Conclui-se que achar bons AD Carries no Brasil não é um tarefa simples, porém também não é impossível. Com vontade dá para achar os ADCs que tanto se quer e que isso não é papel apenas de times Tier 2, mas também uma postura que, dependendo da ocasião, poderia ser tomada por times Tier 1, porém nem sempre acontece. Sabe-se que nem sempre dá para ser assim, pois muitas vezes os campeonatos se encontram perto e a cobrança de resultados também, mas em períodos extensos como esse final de ano isso é muito positivo. 

Texto feito por: Antônio Carlos Oliveira Ferreira
Twitter: @antoniocof
Amante dos e-Sports e da estratégia 

 


Comentários

  • #1 · rafael.tMw

    · 09/01/2015 - 08:25

    0

    Texto confuso, começa dando entender que tem uma escassez de bons jogadores na posição, depois fala que não é bem assim...

    ADC pode não ser uma posição tão forte no Brasil, mas com certeza a Jungle é muito mais carente. Brasil só tem 2 "bons" junglers (SirT e Revolta) que estão a anos no competitivo, e talvez a única promessa na jungle para esse ano é o Nappon da CNB