Entrevista com paiN Manolin

Entrevista com paiN Manolin

Saiba quais são as expectativas do jogador, que estreiará em torneios presenciais, e da paiN Gaming para a disputa da BGL Arena #3.

Com um prazeroso bate-papo que tivemos com André Magalhães Gomes, mais conhecido nos Campos de Justiça como ManolinGuilder e que hoje defende a atual campeã brasileira, a divisão de paiN Gaming, como AD Carrier, iniciamos hoje a nossa série especial de entrevistas para a terceira edição da BGL Arena de League of Legends.

Abaixo, todos vocês poderão saber um pouco mais sobre a vida Manolin como também a sua trajetória no mundo gamer e no competitivo do jogo. Além disso, o jogador fala também sobre as sua expectativas para o seu primeiro grande torneio presencial e como a paiN se preparou para o torneio.

Para começarmos nossa entrevista com o pé direito, por favor se apresente para aqueles que ainda não o conhecem, falando um pouco sobre sua carreira como gamer e também sua vida “offline”.

paiN Manolin: Olá a todos. Me chamo Andre Magalhães Gomes e sou conhecido como Guilder e bem mais como Manolin. Antes de me juntar a paiN e vir morar na paiN House, a minha vida "offline" se resumia a família, namorada e Universidade. Mesmo morando um pouco longe ainda visito-os mensalmente. Na Universidade eu comecei cursando Filosofia, porém desisti e decidir estudar Física, curso que acabei trancando.

Desde pequeno eu sou um gamer. Joguei DotA por sete anos até migrar para o LoL. Nele, já fui de um time que, no ano passado, falhou ao tentar se classificar para o CBLoL 2013 perdendo para a antiga Nex Impetus (hoje KaBuM e-Sports). Tratava-se da League of Pauses. Depois da LoP, fiquei somente jogando nas filas ranqueadas, onde cheguei a ser o quinto melhor jogador do Brasil, até entrar na KaBuM e-Sports e me separando de meu antigo parceiro, o ManoilinKrocket. Após um tempo defendendo a KaBuM, a paiN Gaming me convidou com a saída do brTT e eu me juntei a eles.

No ano passado, em uma entrevista concedida ao programa Sem Dodge, do narrador Gustavo “Melão” Ruzza, o Capitão e Mid Laner do CNB e-Sports, Murilo “Takeshi” Alves, elegeu você como o AD Carrier mais promissor da SoloQ. Pouco tempo depois você foi contratado para defender a KaBuM e-Sports, equipe que já havia conquistado a WCG Brasil, e hoje você veste a camisa da paiN Gaming, a atual campeã brasileira. Como você vê e analisa esse seu crescimento meteórico dentro do competitivo e quais são as suas expectativas sobre a oportunidade de poder defender a campeã do último CBLoL?

paiN Manolin: Dentro do cenário competitivo eu já sou conhecido desde o ano passado, uma vez que eu peguei o tier Desafiante no início da terceira temporada e me mative nas posições mais altas até o seu fim, conseguindo jogar assim de forma constante com os principais nomes do cenário. Contudo, sei muito bem que não sou conhecido pela comunidade e será precisamente pela atual campeã nacional e também treinando forte, a fim de ter um desempenho eficente em campeonatos, que conseguirei tal reconhecimento.

Muito recentemente os principais times brasileiros realizaram grandes modificações em suas formações. Você acha que tais mudanças serão benéficas ou não ao cenário, já que todos terão que passar novamente por aquele árduo processo de entrosamento? Como você analisa o estado atual do nosso competitivo?

paiN Manolin: O árduo processo de entrosamento irá ocorrer, porém, anteriormente, as equipes enfretavam também grandes problemas em manter as suas respectivas formações estáveis já que alguns jogadores não se sentiam felizes no time. Com isso, trocamos um problema por outro.

Quanto ao competitivo, se observarmos o da Coréia do Sul e alguns de seus times, como a SK Telecom, campeã mundial e que foi formada no ano passado com jogadores das filas ranqueadas local, eles também tiveram um período de adaptação e só depois mostraram o seu real poder. Acredito que com o cenário crescendo e ganhando cada vez mais espectadores, a quantidade de jogadores que estejam a fim de fazer um bom trabalho também irá crescer e os times antigos, com sangue novo, terão a oportunidade de evoluírem dentro e fora do país.

Você é um jogador oriundo da SoloQ e sabe muito bem como as coisas acontecem dentro dela. Hoje, as filas ranqueadas brasileiras são alvos de intensas discussões pelo simples fato delas não serem levadas a sério como acontece nos principais pólos do jogo. Por que isso acontece? Para você, se o quadro fosse o contrário, o Brasil poderia ter uma gama maior de equipes de alto nível?

paiN Manolin: Nos níveis mais altos de nossas filas ranqueadas eu acredito que o jogo seja levado, relativamente, a sério. Tem alguns jogadores que bricam um pouco, porém pelo o que percebo muitos deles jogam mesmo para ganhar. Os jogadores brasileiros tentam tanto quantos os coreanos na SoloQ, mas existe o fato de o nosso cenário não ser tão grande e forte como o deles. Com o crescimento de nosso competitivo e, assim, da oportunidade dos jogadores se tornarem profissionais é natural que a SoloQ seja levada mais a sério, uma vez que as filas ranqueadas irão se tranformar, verdadeiramente, em um ambiente de trabalho, de treino e de onde serão selecionados novos jogadores no futuro.

E quais são as dicas que você dá para as jóias de nossa SoloQ que ainda não foram encontradas e também para aqueles que querem ingressar no cenário competitivo?

paiN Manolin: Treine. Eu sei que isso é um "clichê", mas o seu desempenho depende diretamente de seu treino. Mas é claro que existe diferença entre jogar e treinar, como qualquer coisa que fazemos na vida. Ao se jogar LoL por 10~15 horas diárias, tal período não se remete necessariamente ao tempo que se usa para aprimorar suas habilidades.

O diferencial, o que ajudará a melhorar o seu desmpenho é modo como você se concentra no treino e analisa da melhor maneira possível tudo o que está ao seu redor in-game como itens, farm, adverários, minimapa, Cooldown, controle de minions. Isso tudo são exemplos de fatores importantes existentes dentro do jogo, que determinam o sucesso no mesmo. Com isso, perceber onde se falha e onde se tem sucesso é essencial para aprender. Ir num Custom para treinar o seu farm, olhar para o minimapa mais vezes, dedicar o seu tempo na SoloQ não só para ganhar mas para aprimorar as suas habilidades são coisas que ajudarão ao jogador a ter sucesso no League of Legends.

Ainda falando sobre as filas ranqueadas, é bastante comum presenciarmos hoje jogadores latinos em nosso servidor. Nos dois campeonatos que tivemos a oportunidade de jogar contra eles, o Desafio Internacional e também a IEM 2014, o Brasil conseguiu se sobressair com 14 vitórias e 6 seis derrotas ao todo. Você acha que com essa “invasão” e com os constantes treinos, tantos individuais (SoloQ) como também em equipes, eles podem aprender a jogar contra nós e, num futuro próximo, destronar os nossos times em um grande evento?

paiN Manolin: A possibilidade existe, porém ela é remota uma vez que temos no Brasil uma estrutura de treino superior, com mais gaming houses e investimento. Além do fato deles deixarem os próprios servidores, com ping menor, para vir treinar num local com ping maior, o que dificultará bastante em seu desenvolvimento ao ponto de "destronar" os nossos times.

Dentro de alguns dias vocês estarão disputando, dentro da Arena X5 SBG, a terceira edição da BGL Arena. Esse será o seu primeiro grande torneio presencial. Como está a rotina de treinos da paiN Gaming? E quais são as suas e também as expectativas da equipe para esse torneio?

paiN Manolin: Nosso sistema de treino se resume a jogar Scrims contra as outras equipes, jogar na SoloQ e assistir replays e mais replays, especialmente os dos torneios mais recentes como a IEM e a OGN. Eu espero que a BGL seja um torneio emocionante para mim, já que é o meu primeiro, e onde eu e a paiN mostraremos ao público o que treinamos contra os times que nos trouxeram desafios interessantes. 

Não muito longe daqui, as equipes latinas já começaram a disputar as etapas classificatórias para o grande campeonato que será realizado para esta região, a Copa Latino Americana. Alguns países, como Argentina, Chile, Colombia e México, ganharam suas próprias ligas nacionais online que, por conta do formato, se assemelham bastante com a LCS. Já as outras equipes disputam o Circuito de Leyendas, torneios semanais nos moldes da Go4LoL mas com uma grande premiação em dinheiro. A Riot Brasil ainda não divulgou nenhuma informações sobre a nossa temporada competitiva. O que você espera para este ano? Acha que já teremos uma liga, mesmo que seja online, ou apenas um grande evento como foi o CBLoL ano passado?  

paiN Manolin: Eu espero um investimento superior ao feito no ano passado, uma vez que o nosso cenário aumento bastante. Em relação a liga ou os eventos, eu não sei ao certo. Mas como eu disse acima, é provável que seja algo maior do que foi no ano passado.

E quais são as expectativas da paiN Gaming para essa temporada?

paiN Manolin: Treinos. Uma vez que é através deles que trabalharemos a fim de realizarmos tudo o que queremos nesta temporada.  Não possuo meios para saber quais serão os nossos resultados nos campeonatos, mas posso afirmar que treinaremos e que o valor de todo o nosso esforço será demonstrado nos campeonatos e também nos jogos.

Ano passado, no Dota2, nós vimos duas grandes equipes, o Natus Vincere e a Alliance, realizando um bootcamp pela Ásia com o intuito de aprender a jogar contra os times chineses, que são os mais temidos nessa modalidade.Como resultado ambas as equipes conquistaram um torneio cada lá e também ficaram nas posições mais altas do The International 2013. No LoL, hoje, o cenário a ser batido é o sul-coreano. Você acha que se uma equipe, até mesmo do Brasil, ficasse uma temporada inteira jogando na Coréia, chegando a disputar até uma edição da OGN, ela estaria apta a destronar as equipes coreanas?

paiN Manolin: Isso já ocorreu no passado com resultados pobres. A CLG e o Team Dignitas foram disputar a primeira OGN, porém quando voltaram para os seus respectivos cenários enfretaram dificuldades e não ganharam os campeonatos regionais. É claro que treinar com sul-coreanos, uma vez que eles estão se destacando no cenário internacional, auxiliaria no treino do time, porém não é algo "mágico". O treino vem da dedicação do time para com o mesmo e isso não depende de onde o time está, mas sim dos jogadores e da organização. 

Para terminamos, gostaria de agradecer pela oportunidade, desejar boa sorte a sua equipe no torneio e deixar esse espaço para você!

paiN Manolin: Eu agradeço a TEAMPLAY pela oportunidade de mostrar um pouco do desconhecido ManolinGuilder para todo o Brasil. Vou treinar e assim mostrar a vocês a minha habilidade como jogador. Agradeço também a paiN Gaming, a todos os meus companheiros, minha família, namorada e aos nossos patrocinadores Avell, Twitch, Razer e AlphaPCS.

Top Laner   Fábio "Venon" Guimarães   STREAM
Jungler   Thúlio "SirT" Carlos   STREAM
Mid Laner   Gabriel "Kami" Souza   STREAM
AD Carrier   André "Manolin" Gomes   STREAM
Suporte   Gustavo "Minerva" Alves   STREAM

A TEAMPLAY agradece ao jogador pela entrevista e deseja a paiN Gaming boa sorte na BGL Arena #3.


Comentários