Pré-BGS com CnB Takeshi

Pré-BGS com CnB Takeshi

 

Saiba quais são as expectativas do CnB e como a equipe está se preparando para o Desafio Internacional.

Trazemos hoje a terceira entrevista de nossa série Pré-Brasil Game Show, e a primeira com as equipes que representarão o Brasil, na próxima semana, lá no Desafio Internacional: São Paulo 2013.

A seguir, vocês lerão o bate-papo que tivemos com Murilho "Takeshi" Alves, Mid Laner e Capitão do CnB e-Sports Club, uma das melhores equipes de nosso cenário e que recentemente ficou em segundo no Campeonato Brasileiro de League of Legends

Para iniciarmos nossa conversa, peço que você se apresente para aqueles que ainda não o conhece. Fale um pouco sobre você e sua carreira gamer.

CnB Takeshi: Bom, primeiramente sou Murilo Alves e sou conhecido no jogo como takeshi. Faço faculdade de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, mas hoje me dedico apenas ao League of Legends. Tenho 20 anos e jogo há dois anos. Comecei a jogar apenas por diversão com amigos de outros jogos. Sou Mid Laner e capitão do time CNB HyperX, vice campeão brasileiro de 2013.

Ainda como Nex Impetus, e com LEP na formação, você, manajj, alocs e danagorn disputaram, em Fevereiro, a IEM São Paulo, evento que contou com a participação de equipes estrangeiras vindas da Europa e Coréia do Sul. Agora, vocês disputarão um torneio contra equipes de seu mesmo continente. Qual aprendizado da IEM vocês levarão para a BGS a fim de conquistar esse título? E como você analisa esse torneio? Será mais fácil ou você acha que, por tais equipes ainda não estarem tanto na mídia, serem “desconhecidas” para muitos, o Desafio Internacional será mesmo um desafio?

CnB Takeshi: Aprendemos na IEM a dar um passo de cada vez e não dar um passo maior que nossa própria perna. Tentávamos fazer muitas coisas diferentes de uma vez só, mas ainda errávamos o básico.

O Desafio Internacional será uma ótima oportunidade para vermos como está o nível do servidor brasileiro em relação ao servidor latino. O único time brasileiro que consigo lembrar que jogou contra times latinos foi a paiN, que ganhou com facilidade da Dash9, que também estará na BGS, mas isso foi há um tempo considerável e os times evoluíram muito desde então.

O campeonato será realmente um desafio, mas acredito que os times brasileiros saem na vantagem por termos uma quantidade maior e melhor de times para treinar, além de que estaremos jogando em casa e teremos a torcida a nosso favor contra eles.

E como anda a preparação da sua equipe para o torneio? Tendo em vista que é difícil encontrar VOD’s dos latinos e que só é possível assistir tais equipes jogando via streams dos campeonatos ou em seu próprio servidor, como vocês estão estudando-as? E em relação a treinos? Vocês fizeram parceria com alguém de fora para aprender um pouco mais sobre seus próximos adversários? 

CnB Takeshi: A equipe está em São Paulo desde o último sábado (12/10), na CNB War Room, onde estamos fazendo toda a preparação para chegarmos bem na BGS. Nosso horário de treino começa às 10h30 assistindo replays e montando estratégias novas e melhorando as antigas. Terminamos entre 22 e 23 horas diariamente.

A parte de estudo não é tão difícil assim. Em final de season é muito mais simples saber o que é valido de ser usado e o que não é. Assistimos a alguns VODs do campeonato do servidor LAN e vimos que eles usam alguns heróis que não estamos acostumados a jogar contra, mas nada que mudaria um jogo completamente.

Parceria de fato não fizemos, mas marcamos regularmente alguns scrims no servidor brasileiro com a Isurus Gaming, que também estará na BGS. Eles são bons e possuem características bem diferentes das que estamos acostumados.

Sem sombras de dúvida a sua equipe é, hoje, uma das melhores de nosso país. Olhando para o retrospecto recente do CnB, vocês conseguiram três medalhas de prata consecutivas, no CBLoL 2013, no TSM Invitational e também no classificatório para o Desafio Internacional. Por outro lado, na WCG Brasil vocês não foram muito bem e sua equipe foi eliminada precocemente. O que deu de errado nesse campeonato para que o CnB não conseguir repetir as boas campanhas dos outros torneios citados? E o que vocês pretendem fazer para acabar com essa sina de só serem vice?

CnB Takeshi: Na WCG com certeza não estávamos no nosso melhor dia. Tudo que conversamos antes do jogo não conseguimos executar e saia totalmente ao contrario. A Action ganhou da gente duas vezes e não conseguimos, em nenhuma das duas partidas, responder a estratégia que eles adotaram. Não estávamos tão bem preparados quanto achávamos.

Acho que não existe essa de sina ou da gente amarelar em final. Sempre fazemos nosso máximo em todos os jogos para sairmos com a vitória. Estamos nos preparando melhor a cada dia para este campeonato.

Em uma entrevista exclusiva para a TEAMPLAY, o lituano Gediminas "Alunir" Navakauskis, Top Solo da antiga GamingGear.eu, polemizou ao dizer que a preparação da paiN para o International Wildcard foi fraca por que a mesma não possui adversários fortes, em nosso país, para treinar. Isso é verdade? O Brasil ainda não conta com vários top teams, que possam proporcionar treinos duros?Como você vê hoje o competitivo brasileiro?

CnB Takeshi:  Não concordo com a declaração do Alunir. O Brasil possui 4 grandes times que proporcionam muitos treinos bons e uma quantidade boa de times que estão evoluindo para chegar em um nível mais alto. O cenário competitivo brasileiro é bom. O que falta para melhorar é mais campeonatos com times vindo de fora do nosso meta para evoluirmos como jogadores e times.

Apesar de nada ter sido confirmado ainda pela Riot Games Brasil, corre nos bastidores boatos da possibilidade de, no ano que vem, o Brasil ganhar a sua própria LCS. Olhando como o torneio é realizado lá fora e os benefícios que ele trás para as equipes que participam e também para o cenário, o quanto, pra você, o cenário brasileiro evoluirá com a chegada da liga profissional. E você acha que nossas equipes estão preparadas para esse compromisso?

CnB Takeshi: O cenário brasileiro iria evoluir muito com a chegada de uma LCS. Praticamente todos os times teriam uma gaming house para poder participar de uma LCS e isso aumentaria muito o nível. Uma coisa é se preparar para um grande campeonato que está por vir. Outra é ter que se preparar toda a semana para uma liga.

Creio que o Brasil possui seis equipes já bem estruturadas para participar de uma LCS e não deve demorar muito para outras equipes também se prepararem melhor para isso. Em questão de gameplay/visualização acredito que o Brasil já esteja pronto para encarar uma LCS.

Recentemente o cenário mundial de League of Legends ficou agitado por conta do mundial da terceira temporada. Novamente nós vimos duas equipes asiáticas na final e o SK Telecom T1 se consagrando como campeã. Você assistiu ao campeonato? Se sim, pelo o que você viu, você acha o meta brasileiro ainda está distante do dos países, ou cenários, que lá foram representados?

CnB Takeshi: Sim, eu assisti ao campeonato e na minha opinião ainda temos um caminho longo para conseguir alcançar o nível dos asiáticos, mas por meta game acredito que não estamos tão longe assim. Eu acho que falta um pouco ao cenário brasileiro entender o que é forte e o que não é a cada patch. Demoramos um pouco ainda para definir isso bem. 

Desde o mundial da segunda temporada, o competitivo do jogo vem sendo dominado pelas equipes asiáticas. De lá para cá vários outros campeonatos a nível mundial foram realizados e somente no Desafio Global de Katowice, onde a Gambit bateu a antiga Azubu Blaze, tivemos uma equipe não asiática no topo. Fazendo uma pequena comparação com outro RTS de muito sucesso, o Dota2, isso também acontece lá, porém na última edição do The International, o mundial do jogo, vimos duas equipes europeias, Alliance e Natus Vincere, nos lugares mais altos. Olhando para a preparação desses times, é válido citar que ambos viajaram até a China e lá ganharam um título importante cada. Você acha que se as equipes do LoL fizessem isso também, de ir para a Coréia ou China a fim de treinar, esse domínio iria acabar?

CnB Takeshi: Não sei se acabaria de imediato, já que esses times estão no processo há mais tempo, mas com certeza ajudaria e muito para a evolução dos times. Mas isso também não define que sempre teremos asiáticos na final de um campeonato mundial. A fnatic quase conseguiu derrotar a Royal na semifinal e teríamos um time europeu nas grandes finais.

Para finalizarmos, agradecemos pela entrevista e deixamos esse espaço totalmente para você.

CnB Takeshi: Gostaria de agradecer à Teamplay pela oportunidade e aos nossos patrocinadores: X5, Philips, HyperX, Massa Leve e CM Storm. Também quero agradecer à toda a torcida do CNB.

Com fotos cedidas pelo CnB e-Sports Club